O dólar voltou a subir em relação ao real nesta sexta-feira, com o mercado ainda testando um novo teto para a divisa americana.
O dólar comercial fechou o pregão com valorização de 0,29%, a R$ 2,052, depois de bater a máxima de R$ 2,057 no dia. O dólar futuro com vencimento em junho encerrou em alta de 0,34%, a R$ 2,054.
Na semana, a moeda americana acumula valorização de 0,69% e de 2,55% no mês.
A variação do dólar no mercado interno descolou do movimento verificado nos mercados lá fora. O Dollar Index, que acompanha a variação da divisa americana em relação a uma cesta de moedas, apresentava queda de 0,17%.
A alta do dólar no mercado interno reflete uma pressão dos agentes do mercado a fim de testar a possibilidade de novas intervenções do Banco Central (BC). “O mercado está testando em que patamar do dólar o BC poderá voltar a intervir no câmbio”, afirma Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da corretora Treviso. Apesar de não ter uma banda cambial formal, a moeda americana vem mantendo o teto de R$ 2,05.
Para Galhardo, o BC só deve voltar a atuar no mercado em caso de grande volatilidade do câmbio. “A moeda americana vem ganhando força de forma consistente nos últimos dias, mas sem grandes oscilações, e o BC tem preferido ficar de fora do mercado.”
A última intervenção da autoridade monetária no mercado de câmbio foi em 27 de março, quando o BC colocou 20 mil contratos de swap, que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro, com o objetivo de segurar a alta da moeda americana, que fechou em R$ 2,01.
A valorização da moeda americana também deve atrair um fluxo de recursos de exportadores, que aproveitam a alta do dólar para trazer os recursos deixados lá fora. Também é esperado um fluxo de recursos da captação de US$ 11 bilhões da Petrobras, que deve ser internado aos poucos.
Outro fator que ajudou a contrabalançar a pressão de alta da moeda americana foi a notícia sobre o leilão de NTNs –A, papel cambial do Tesouro nacional, que será realizado em 4 de junho, e que pertencem ao Banco Econômico, que está em liquidação extraoficial.
Está prevista a oferta de um lote com 3.593.250 títulos, equivalente a US$ 3,8 bilhões, que deve ter o efeito de um ingresso de recursos externos no mercado de câmbio.
Diante da expectativa de redução dos estímulos monetários pelo banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve – Fed, na sigla em inglês), os investidores passaram a apostar na valorização da moeda americana em relação ao real.
Os fundos de investimento, por exemplo, aumentaram a posição líquida comprada em dólar de US$ 12,964 bilhões no fim de dezembro para US$ 16,801 bilhões.
(Silvia Rosa | Valor)
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