Posso estar enganada mas pelo que li me parece que o dólar
continuará nesse mesmo patamar durante uns dias ainda... talvez seja mesmo a
hora de pensarmos em hedges para as dívidas em dólares. Operações como 4131, ACC, FINIMPs....que tenhamos que pagar em US$ no futuro, pois hj temos o US$ a R$ 2,26 e o futuro para 2014 do US$ está previsto
em R$ 2,45 .....
Parece que o fluxo de dólar no Brasil aumentou por conta de
pesquisas eleitoriais que indicam a saída da Dilma....quem sabe!!! Até que não seria má idéia....
:: Algumas reportagens do Valor Econômico que achei bem interessantes::
Investidor se anima com piora de Dilma - Por Antonio Perez, Silvia Rosa e Téo Takar
Pela segunda semana seguida, o mercado comprou a versão de que a presidente Dilma Rousseff não se reelegerá neste ano. Depois dos boatos - que não se confirmaram - da pesquisa eleitoral do Ibope divulgada na semana passada, ontem o mesmo Ibope mostrou queda na avaliação do governo, para alegria dos investidores.
Segundo a pesquisa CNI/Ibope, a avaliação positiva do governo Dilma caiu para 36% em março, ante 43% em dezembro. A aprovação pessoal da presidente da República recuou para 51 %, de 56%. E cresceu a desaprovação à forma de combate da inflação. O dólar derreteu, os juros recuaram e a bolsa brasileira ignorou o clima negativo nos mercados em Wall Street e disparou, com os investidores tentando tirar o atraso do Ibovespa em 2014.
"Essa pesquisa foi uma surpresa, tendo em vista que, na pesquisa eleitoral divulgada na semana passada, Dilma não tinha perdido terreno para a oposição", aponta o economista sênior da INVX Global Partners, Eduardo Velho.
"A bolsa já vinha subindo graças à entrada dos estrangeiros. Ao que tudo indica, daqui para frente, as pesquisas eleitorais serão o grande indicador para o mercado, que alimenta uma perspectiva de vitória da oposição no segundo turno", afirmou Velho.
O Ibovespa subiu 3,50%, para 49.646 pontos, patamar que não era alcançado desde 1 6 de janeiro. O volume foi muito forte, de R$ 1 0,389 bilhões, quase o dobro de um pregão normal. Porém, ao contrário dos últimos dias, os estrangeiros figuraram na ponta vendedora, embolsando ganhos recentes. Com o avanço de ontem, a bolsa brasileira acumula alta de 4,8% nesta semana. No ano, a perda foi reduzida para 3,6%.
Fatores técnicos acentuaram o processo de declínio das taxas. Tesourarias locais que mantinham aposta em alta dos juros longos com base na tese das fragilidades domésticas, como inflação alta e contas públicas em desordem, foram pegos no contrapé e dispararam ordens para limitar as perdas. Para Cristopher Garman, diretor para Mercados Emergentes e América Latina da consultoria de risco político Eurasia Group, uma vitória da oposição na eleição presidencial pode levar a uma forte valorização dos ativos domésticos.
A simples perspectiva de troca da equipe econômica já seria um passo fundamental para reconquista da credibilidade da gestão da contas públicas, afirma. "O governo atual se meteu em um buraco quando o assunto é credibilidade, com uso de truques contábeis e uma sinalização mista na gestão macroeconômica",diz.
Enquanto os juros futuros longos despencaram, os contratos mais curtos desceram apenas um degrau. O DI para janeiro de 201 5 caiu de 1 1 ,1 5% para 1 1 ,1 4%. A leitura predominante do Relatório Trimestral de Inflação é de que o ciclo de aperto monetário continua, mas não v ai longe. "O BC deve subir a Selic em 0,25 ponto em abril [para 1 1 % ao ano] e deixar a porta aberta para a decisão de maio", disse Leal. (Colaboraram Lucinda Pinto e Aline Cury Zampieri)
Captações trazem pressão de baixa para o dólar - Por Silvia Rosa
A perspectiva de fluxo de recursos para renda fixa e de captações externas mantém a pressão de baixa sobre o dólar, que já acumula queda de 3,28% no mês.
Ontem, o Tesouro Nacional anunciou uma emissão de € 1 bilhão com vencimento em 2021 . Embora a operação não tenha impacto no mercado de câmbio, uma v ez que é repassada diretamente para o Tesouro, ela pode abrir caminho para outras emissões externas de empresas brasileiras. O frigorífico Minerva também captou US$ 300 milhões por meio de uma emissão de bônus perpétuos. O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, informou ontem que o banco está em vias de levantar US$ 800 milhões por meio de empréstimos com bancos japoneses.
Com o dólar no patamar de R$ 2,26, os investidores discutem se o BC fará a rolagem integral do lote de US$ 1 0,1 48 bilhões em contratos de swap, que tinha vencimento previsto para 1 º de abril. Hoje o BC rola mais 10 mil contratos, restando US$ 2,648 bilhões a serem renovados. "Não há motivos para o BC fazer a rolagem integral e ele pode, dependendo do patamar do câmbio, reconsiderar as atuações por meio do programa de intervenção", diz Sidnei Nehme, diretor de câmbio da corretora NGO, lembrando que um patamar mais baixo do câmbio pode diminuir a atratividade para as aplicações em renda fixa. "Fica mais caro para o investidor estrangeiro aplicar em ativos no Brasil."
Para o economista da Tendências Consultoria, Felipe Salto, um câmbio mais baix o ajuda o BC no controle da inflação, mas deve ter um efeito de curto prazo, uma vez que a perspectiva continua sendo de desvalorização do real, dada a piora do balanço de pagamentos.
Para Salto, o câmbio ao redor de R$ 2,26 já estaria sobrevalorizado em relação ao câmbio de equilíbrio, que a Tendências calcula entre R$ 2,28 e R$ 2,30, o que diminui a competitividade da economia brasileira. A consultoria prevê o dólar a R$ 2,45 no fim de 2014.
Ótima semana a todos!!