terça-feira, 17 de dezembro de 2013

SUPERÁVIT DE US$ 383 MILHÕES.

Data da Notícia: 16/12/2013
SEGUNDA SEMANA DE DEZEMBRO TEM SUPERÁVIT DE US$ 383 MILHÕES
Com cinco dias úteis, a segunda semana de dezembro teve exportações de US$ 4,896 bilhões e importações de US$ 4,513 bilhões, resultando num saldo comercial positivo de US$ 383 milhões. No período, as vendas externas brasileiras registraram média diária de US$ 979,2 milhões, o que representa um crescimento de 16,9% em relação ao registrado na primeira semana do mês (média de US$ 837,6 milhões).
Houve aumento de 21,5% nas exportações de manufaturados, com destaque para as vendas de aviões, automóveis de passageiros, veículos de carga, autopeças, tratores e máquinas para terraplanagem. Os produtos básicos também registraram crescimento de 20,2% das exportações, por conta, principalmente, de minério de ferro, petróleo em bruto, farelo de soja, carne de frango e café em grão.
Nas importações, pela média, houve crescimento de 1,1% em relação à primeira semana do mês (de US$ 892,6 milhões para US$ 902,6 milhões). Foram registrados aumentos dos gastos com combustíveis e lubrificantes, equipamentos mecânicos, plásticos e suas obras e instrumentos de ótica e precisão.
Mês
Nas duas primeiras semanas de dezembro, com dez dias úteis, a balança comercial brasileira registrou exportações de US$ 9,084 bilhões (média diária de US$ 908,4 milhões) e importações de US$ 8,976 bilhões (média diária de US$ 897,6 milhões), com saldo positivo de US$ 108 milhões (média diária de US$ 10,8 milhões).
Comparadas as médias das exportações das duas primeiras semanas de dezembro deste ano (US$ 908,4 milhões) com a de dezembro de 2012 (US$ 987,4 milhões), houve queda de 8% nas exportações. O motivo foram as retrações nas vendas das três categorias de produtos. Os básicos tiveram queda de 15,6% , por conta, principalmente, de algodão em bruto, café em grão, petróleo em bruto, milho em grão, carne de frango e suína, e minério de ferro. Os semimanufaturados registraram diminuição de 2,2%, causada, principalmente, por açúcar em bruto e ouro em forma semimanufaturada. Nos manufaturados, houve queda de 1,7%, em razão de óleos combustíveis, bombas e compressores, açúcar refinado, autopeças, laminados planos, óxidos e hidróxidos de alumínio e pneumáticos.
Em comparação com novembro deste ano (média de US$ 1,043 bilhão), o resultado médio diário das exportações nas duas semanas de dezembro (US$ 908,4 milhões) caiu 12,9% com retração nas compras de manufaturados (-17,8%) e básicos (-14,2%), enquanto que as exportações de semimanufaturados aumentaram 7,9%, no período.
As importações, no comparativo com a média de dezembro de 2012 (US$ 875,3 milhões), tiveram crescimento de 2,6% (US$ 897,6 milhões) com aumento de gastos com produtos farmacêuticos (+31,4%), siderúrgicos (+28,9%), aparelhos eletroeletrônicos (+27,1%), plásticos e obras (+23,6%), equipamentos mecânicos (+16,6%) e instrumentos de ótica e precisão (+8,8%). Já em relação à média de novembro último (US$ 956,1 milhões), as compras externas brasileiras tiveram queda de 6,1%. Houve redução de importações de combustíveis e lubrificantes (-36,5%), químicos orgânicos/inorgânicos (-19,1%), aparelhos eletroeletrônicos (-11,2%), siderúrgicos (-2,8%), veículos automóveis e partes (-2,5%) e plásticos e obras (-2,5%).
Ano
No acumulado do ano (242 dias úteis), a balança comercial brasileira tem exportações de US$ 230,416 bilhões e importações de US$ 230,401 bilhões, com superávit de US$ 15 milhões. Pela média diária, as vendas externas de janeiro até a segunda semana de dezembro (US$ 952,1 milhões) tiveram queda de 1,6% em relação ao mesmo período do ano anterior (média diária de US$ 967,2 milhões). No mesmo período, a média diária das importações cresceu 6,7% (de US$ 892,6 milhões em 2012 para US$ 952,1 milhões em 2013). A corrente de comércio, que totaliza US$ 460,817 bilhões, registra crescimento de 2,4%, pela média (de US$ 1,859 bilhão para US$1,904 bilhão).

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A ALIANÇA DO PACÍFICO E SEU IMPACTO NO BRASIL


A nova Aliança do Pacífico, acordo entre Colômbia, Peru, Chile e México, surge em um momento decisório importante para o Itamaraty. O mundo avança em acordos bilaterais, enquanto a Rodada de Doha permanece paralisada e a OMC continua com os diálogos de suas comissões e resolvendo casos em seu tribunal de disputas comerciais. O Mercosul anda lentamente, tentando resolver os diversos problemas que atrapalham o comércio interno, especialmente entre o Brasil e a Argentina. A Aliança, por outro lado, avança rapidamente em suas negociações e tem chamado muita atenção. No entanto, o impulso para as negociações comerciais do Brasil e do Mercosul não deve vir da Aliança do Pacífico, pois, em termos de comércio, se trata somente de uma nova roupagem para uma situação já existente.
O interessante da Aliança do Pacífico são os outros temas negociados pelos quatro países latinos. Apesar de o comércio intrarregional entre os países ter grande potencial para crescer, já que atualmente representa somente 6% de todo seu comércio, o corte tarifário será residual, pois todos os quatro já possuem acordos bilaterais de comércio entre si (por parte da Associação Latino-Americana de Integração - Aladi). Trata-se somente, como o ex-ministro Antonio Patriota disse, de um "êxito de marketing". Por outro lado, regras de compras governamentais, movimentação de profissionais, parcerias em educação, serviços, investimentos e facilitação do comércio estão sendo negociados com admirável velocidade. O CEO Summit, organizado pela Aliança em 25 de setembro em Nova Iorque, reuniu os quatro presidentes latinos e empresários de muitas empresas norte-americanas, dando início a vários novos projetos de investimentos nos quatro países latinos.
Enquanto o Itamaraty acerta ao dizer que o Mercosul é uma instituição maior, com objetivos de integração profunda, o ministério erra ao descartar o que está ocorrendo na Aliança do Pacífico por essa mesma razão. Os temas não comerciais são justamente aqueles que têm maior potencial para trazer ganhos econômicos para o Brasil e o Mercosul no médio e longo prazos. O mundo todo já está percebendo que duas áreas terão maior impacto nas economias: os novos assuntos das negociações comerciais (como regras de investimentos, propriedade intelectual e serviços) e a integração às cadeias globais de valor.
Os novos acordos comerciais visam justamente a tratar dessas duas áreas, como é o caso do Trans-Pacific-Partnership (TPP) ou o novo acordo União Europeia-Estados Unidos (TIPP).
A alternativa para o Mercosul de não participar dessa nova tendência não parece promissora. O aumento no comércio intrarregional está se nivelando e chegando ao seu pico, tendo aumentado bastante desde a criação do Mercosul.
A Argentina continua criando barreiras comerciais aleatoriamente e seu governo não mostra nenhum sinal de mudança. O Paraguai e o Uruguai continuam insatisfeitos e reclamam que não são ouvidos nas negociações. Os outros aspectos do acordo, como o tribunal regional de comércio, a livre movimentação de pessoas, cooperação em educação e acordo em serviços, não têm tido grande sucesso e suas negociações se arrastam vagarosamente. A integração física, isto é, de logística, é complexa devido à dimensão do Brasil: a integração melhorou entre o Sul do Brasil e os outros países do Mercosul, mas a logística até o Sudeste continua complicada; a integração terrestre com a Venezuela enfrenta diversos problemas e não deve receber investimentos. Assim, sem uma mudança radical na estrutura e ambição do Mercosul, os objetivos e benefícios da união aduaneira ficarão esgotados em breve.
Diante desse contexto, cabe ao Itamaraty avaliar com cuidado como deseja beneficiar a economia brasileira em termos de relações econômicas internacionais. Uma integração na cadeia global de valor para setores-chaves da economia parece mais promissora do que a atual estagnada política comercial brasileira. O setor privado já está mostrando interesse em participar das negociações internacionais, como tem sido recentemente com as negociações UE-Mercosul. Boa parte da indústria brasileira sabe da importância e dos benefícios de se integrar às cadeias globais de produção e já está pleiteando essa postura ao governo. Parece-me que chegou o momento de o Itamaraty enxergar a realidade econômica internacional, dialogar com o setor privado e começar a negociar acordos comerciais.

Autor(a): SAULO PIO LEMOS NOGUEIRA
Consultor de Relações Governamentais e Comércio Internacional
Data do Artigo: 2/12/2013
Fonte: www.aduaneiras.com.br

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